Poemas-vida e o sorriso do olhar!


Ler desejos em olhos grandes lavados para acordar para a realidade e sentir-se pisado por uma frase linda para verter confissões intimistas, é uma disponibilidade feita carícia para apreciar a beleza, a elegância, a redondez de formas perfeitas e um sorriso modulado, impaciente e satisfeito (um sorriso é mais misteriosa das mensagens que se pode dirigir a alguém), pensou ele, deslumbrado; e, enquanto se enchia de silêncios, pensava também que manejar a espera e escolher o ponto exacto, é dom mágico de umas mãos meninas de fada. Exercitando o seu melhor sorriso interior (um sorriso é uma floração da alma), decidiu juntar fragmentos para compor um poema, ardilhado de simplicidade e com trejeitos de cuidado para não perturbar as estórias bonitas e soltas de uma tarde deitada de sonhos e incrivelmente ornamentada por almofadas (a)palpáveis, soltas e carentes de manobras trapezistas e atrevidas…Se bem o decidiu, melhor o fez: juntou olhos inquietos, pedaços de timidez, narinas ao desafio, dedos inocentes e atalhos sem sinalização para enriquecer a descoberta condizente e para cavalgar medos selvagens. Quando o poema lhe apareceu em forma de entrelinhas de um sorriso corado (sorrir é partilhar felicidade), ele escondeu-se nesse sorriso (num sorriso a fusão entre o ser e o parecer é total); e a paz ninho de um poema-vida acalmou-lhe os sentidos atarefados com as coisas da vida e com a vida das coisas... São os brilhos tímidos dos poemas-vida, ardentes de alegria, de iluminação interior e propícios à vida e à poesia, que fazem sorrir o olhar!

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