Branco no Branco - IX

Descer pela manhã até à folha
dos álamos,
ser irmão de uma estrela, ou filho,
ou talvez pai um dia doutra luz de seda,

ignorar as águas do meu nome,
as secretas bodas do olhar,
os cardos e os lábios da sede,
não saber

como se morre de tanto ser hesitação,
de tanto desejar
ser chama, arder assim de estrela
em estrela,

até ao fim.

Eugénio de Andrade

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