A substância do sentimento de si

(…)
Alguém pediu para ver a alma?
Olha a tua própria forma e fisionomia  (…)
Olha, o corpo compreende e é o sentido, o assunto principal
E contém a alma.”
Walt Whitman, in Folhas de Erva

A fusão que W. Whitman (no inicio da segunda metade do século XIX) faz entre corpo e alma (nestes seus versos livres), foi uma ideia revolucionária que a ciência apenas foi capaz de provar e formular na última década do século XX e na primeira década do século XXI, ou seja:
 - As neurociências confirmam que a poesia de W. Whitman dizia a verdade porque as emoções são produzidas pelo corpo; os nossos sentimentos radicam “nos movimentos dos músculos e nas palpitações das entranhas”, no sentido em que as sensações materiais são um elemento básico do processo de pensamento.
Assim também o atesta o neurocientista português António Damásio quando, de forma brilhante, se aproxima da substância do sentimento de si:
 - “A mente encontra-se incorporada…e não apenas cerebralizada”.
Nós não temos um corpo, nós somos um corpo...Eis a genialidade de uma ideia poética que o tempo teceu!

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