PORTUGAL

Inicio hoje, nas margens deste blogue, um espaço dedicado à História tal como a vejo, um hino cantado a um país que cresceu pela vontade dos Homens, na esperança de um futuro uno, alicerçado nas raízes do tempo. Serão assim, de ora em diante, estas palavras escritas no pergaminho, letras que não têm qualquer presunção que mais não seja falar de Portugal.
Mas de onde veio Portugal? Quais as suas origens?
A realidade da Península Ibérica desde sempre limitou o espaço físico, mas foi talvez a invasão Islâmica da Hispânia em 711 que fez unir interesses que já eram comuns, após a queda do reino Visigodo, herdeiro do império Romano e do reino Suevo, este, parcialmente absorvido pelos Visigodos.
O tempo passa, implacável nas suas escolhas, na sua determinação, mas nos três séculos seguintes sobressai alguma autonomia no espaço territorial a noroeste da península, nesse canto de mar que vai desde o norte Galaico até ao Mondego, ora alargando-se ora encolhendo, fixando-se à volta de Coimbra, quando da reconquista da cidade em 1064 por Fernando Magno.
As raízes do território estão assim já firmemente presas no terreno quando D. Henrique e D. Teresa partilham o Condado, esse território cujas origens remontam então já a um passado longínquo.
Quando a pena mergulha na tinta e pinta o pergaminho com a palavra “Portugal”, exala já um perfume agridoce, apurado pelo sangue e suor dos que já sonhavam com ela mas não sabiam que já existia.
A saber, a palavra surge em 1129, nesse célebre documento de doação da Igreja de S. Bartolomeu de Campelo por D. Afonso Henriques, selada no pergaminho e repetida desde então, pelos ecos do tempo. A sua origem já faz parte do saber esquecido, no entanto parece que era termo comum usado por alturas do Douro, vinda da utilização do ancoradouro da cidade do Porto que ficava em frente, em Cale, o Porto de Cale, Portucale, Portugal.
Tenha nascido assim ou não, da maneira que a imaginação o entenda, essa, a palavra, surge assim como aglutinadora de interesses que vão para além da língua, da cultura, do querer, estão no amor que alguns têm por esse ideal ainda por cumprir.
Por ti e para ti, sempre Portugal.

Nuno Vinhas
Janeiro 2012

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